29.12.03

SCHUMA KEY

Adotamos outro filho. Não é um beta, como os finados Leny e Pisci Webo (que Deus os tenha). Ele é da raça Schuma. Seja lá o que isso signifique, é outra das poucas raças de peixes que podem viver em aquários SEM bomba de ar.

Só que agora estamos enfrentando um dilema: decidir seu nome. Se este fosse um blog decente, isso seria uma enquete/fórum/etc. Como não é, envie seu voto ou sua sugestão de nome para flaricci@hotmail.com ou mperego@uol.com.br.

Seguem os candidatos:
a) Samy (Samy Jenkins, de Amnésia)
b) Léo (Léo, Léo, com suas pinturas...)
c) Eusébio (maior craque da história do futebol português)
d) Moby (músico)
e) Pequeno Stuart Little (mascote-propaganda do Bradesco)

As votações encerram-se hoje à noite, ou seja, agradecemos sua ligação, sua opinião é muito importante pra nós, mas não a levaremos em consideração, obrigado.

23.12.03

VONTADE É ALGO QUE DÁ E PASSA
(ditado meio gay, né?)

Estou com vontade de comer pastel de Bertioga.
Estou com vontade de encher a cara de álcool e drogas.
Estou com vontade de sentar na minha confortável chaise longue, pegar um scotch on the rocks, pegar o controle remoto do meu aparelho de som Bang&Olufsen e ouvir um bom... funk carioca.

12.12.03

NOTÍCIAS RETIRADAS DO SITE PADARIA MODERNA (?!)

--------------------------------------------------------------------------------

Duas Rodas agita Dia Nacional do Sorvete (22/09 09:49)
A Duas Rodas Industrial, produtora de aromas e produtos para sorvetes realiza uma grande festa para comemorar o Dia Nacional do Sorvete, amanhã, dia 23 de setembro, em Jaraguá do Sul, SC, onde está sediada a empresa. Em parceria com as indústrias de sorvetes da cidade, a Duas Rodas fará uma doação de 25.000 unidades entre sorvetes e picolés aos alunos da pré-escola à oitava série do município. O objetivo é movimentar todas as sorveterias de Jaraguá do Sul para a distribuição aos alunos. As sorveterias adotarão uma decoração diferenciada e faixas. Essa é uma maneira atrativa de popularizar esse dia e aumentar o consumo de sorvete. "O sorvete ainda é um alimento de consumo por impulso, que precisa ser divulgado e estar muito em evidência”, afirma Eloy Luchtenberg, gerente de vendas de produtos para sorvetes da Duas Rodas. (mais detalhes)
--------------------------------------------------------------------------------


Duas Rodas lança picolé diferenciado (24/11 12:09)
A Duas Rodas Industrial está lançando no mercado brasileiro e latino americano o Gelé, um picolé diferenciado, que não derrete da mesma forma que os outros picolés tradicionais, formando uma consistência gelatinosa. Mais de um ano de pesquisas resultou no produto diferenciado, que agrega sabor e resistência ao calor. O lançamento oficial do produto aconteceu numa feira especializada do setor, em Buenos Aires, Argentina.
--------------------------------------------------------------------------------

28.11.03

INTERNERD

Não consigo ficar mais um dia sem visitar esses sites:

AlQaeda Portugal - http://www.al-qaeda-pt.blogspot.com
Daltony, o mito - http://www.daltony.com.br
Fãs de Daltony - http://www.daltony.hpg.com.br
Nei Loja - http://www.neiloja.com.br

20.11.03

MELHORES MÚSICAS DO MUNDO (nesta tarde)

Banditismo - CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI
Comissioning a symphony in C- CAKE
O vencedor - LOS HERMANOS

19.11.03

GUARDA-CHUVA JEDI

Meu amigo Rednuht postou no site dele uma interessante crônica a respeito dos guarda-chuvas e a parca ergonomia de seus cabos. Foi o estalo para mais uma...

Idéia de marketing para investidores sem idéias

GUARDA-CHUVA/SABRE DE LUZ
O cabo é pesado, mas compensa porque, desligado, não ocupa muito espaço. Ligado, um campo magnético colorido, óbvio, se forma em volta do invejado consumidor moderno que adquirir essa merda.

18.11.03

FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!

Algumas conclusões sobre os e-mails recebidos na última semana:

1. Os sites de comércio eletrônico gostam mais de mim que meus amigos.

2. Dos meus melhores amigos, o Mercado Livre é o que mais gosta de mim (quatro exclamações)

3. Saraiva só cumprimentou por educação.

4. A Fnac está com saudades, mas o Submarino sim é amigo até debaixo d'água.

17.11.03

O QUE É PIOR?

a) Estrear sua calça nova em um romântico almoço a dois e o garçom derrubar 98% do suco de laranja no seu colo.

b) Descobrir que seu pai colocou o canal de filmes de sacanagem na TV a cabo um mês depois que você resolveu sair de casa.

c) Assistir ao DVD do Clube da Luta toda 2ª feira antes de ir trabalhar como parte de um programa de automotivação pra largar o emprego.

e) Ir a um restaurante na puta-que-o-pariu que te dá uma refeição grátis porque é a semana do seu aniversário e, chegando lá, a birosca está excepcionalmente fechada aquela noite.

f) Tentar salvar a noite indo ao ressucitado Subway da Rua Augusta e a birosqueta fechar dez minutos antes de você chegar.

e) Ser corintiano nestes últimos tempos.

14.11.03

SOCORRO!

A "banda" Charlie Brown Jr. planeja lançar um filme. Confira aqui.

Só falta esse Chorão se candidatar a presidente.

Daí, ele ganha e diz que não é pra reclamar porque a idéia foi minha - tipo o Jeffrey Goines (Brad Pitt, em Exército dos 12 Macacos) tentando convencer o James Cole (Bruce Willis) que este último é que tinha dado a idéia de criar e disseminar um vírus letal.

13.11.03

DOIS CASAMENTOS E UM SONRISAL

A idade de acasalamento dura quase 20 anos. Cada ano tem 52 fins de semana. Esses números me deixavam tranqüilo.

A família da Michelle - sangue 70% italiano, 20% espanhol e 10% álcool - tem 9 primos em idade fértil. Você acredita que 4 deles resolveram se casar este ano? Na real, foram 5, contando a Michelle, que terminantemente se nega a oficializar nosso enlace.

A grande merda é que o último dos 4 casamentos da família dela este ano foi marcado para exatamente o mesmo dia do casamento de um diretor de arte que trabalha comigo aqui na firrrrma. As cerimônias tinham uma diferença de horário de uma hora. Correria? Detalhe: a igreja do meu colega era em Guarulhos; a da prima da Michelle, em São Caetano.

Na noite anterior eu tinha me estragado em um festa do mercado publicitário com uiscão na faixa. Acordei ainda bêbado e ignorei as bricolagens que deveria fazer no apê fim-de-reforma. Coloquei meu melhor terno (o único), meu melhor sapato (o único) e minha melhor gravata (a azul). A Michelle trocou de vestido 5 vezes, já maquiada, até se decidir pelo melhor vestimenta. Descemos pra garagem de mochila nas costas, caso fôssemos dormir na casa dos pais dela em Santo André.

Quem nos conhece sabe que senso de direção/localização não é o nosso forte. Munidos de mapas desenhados, guias impressos e uma bússola, acelerei o Kazinho pra Guarulhos. Inacreditavelmente, não errei nenhuma entrada. E olha que tinha que pegar Marginal Tietê, Dutra e Fernão. Chegamos na hora. Ainda deu tempo de comprar uma balinha na farmácia. Vimos a noiva entrar e nos pirulitamos. Tínhamos meia hora para atravessar 3 cidades.

Acertamos o retorno da Fernão na primeira. O rádio avisava que a Marginal estava completamente embucetada. Vamos cortar caminho por dentro. Você conhece o caminho por dentro? Claro que não, mas é só seguir as placas, como diria Silvio Santos. Fui cortando tudo, peguei a Sarah Maluf e me mandei pro ABC. Inacreditavelmente mais uma vez chegamos ao destino sem errar uma curva. E com 3 minutos de antecedência.

A prima da Mi disse sim. O noivo também. Fomos pra festa e pela 4ª vez somente este ano, pude presenciar os mesmos convidados, as mesmas piadas, as mesmas fotos. Só eu que não era o mesmo. Não conseguia pensar em tomar alguma coisa alcoólica aquela noite. Todos meus neoparentes me perguntavam se eu estava bem. Com mais um copo d'água nas mãos, eu respondi que sim, estava tudo ótimo. O DJ ainda não tinha colocado YMCA e feito os tios da Mi tirarem a roupa na pista.

6.11.03

MATRIX 3

Revolutions, uma ova. É uma boa fita para programas de incentivo para equipes de vendas. Ou para times de futebol à beira do rebaixamento. Tem aquele lance de união, de lutar por um objetivo, de "Você conseguiu - Não, nós conseguimos" e tudo mais.

Vi a parada ontem, dia da estréia mundial. Tinha só um cara de sobretudo. Na estréia do Reloaded eram 4, todos de óculos escuros. Mas vamos ao filme.

As lutas são boas, não ótimas. Os efeitos especiais são muito bons, como nos anteriores. O discreto decote da Monica Belucci denuncia que falta mulher pelada neste episódio. Mas, pelo menos, não teve aquela rave stomp das cavernas, deplorável. Os diálogos são horríveis, assim como o estado físico da Trinity, ou Trin - aquele negócio de cortar unha. Analogia barata: os irmãos Wachowski deixaram algumas cutículas na trilogia.

3.11.03

BIZARRO

Fui assinante da Trip por alguns anos. Depois de uma reformulação na redação, a revista caiu bastante e eu cancelei minha assinatura. Mas continuo comprando-a esporadicamente quando alguma matéria/mulher pelada me chama a atenção.

Semana passada, fui dar uma olhada na banca com uma colega diretora de arte. Folheava a Trip de outubro, quando me surpreendi e soltei um "Caraca, eu conheço essa figura!". A Grace ficou achando que, mais uma vez, eu compraria a revista por causa de mulher pelada. E não acreditou quando eu mostrei pra ela uma matéria sobre o último campeão mundial de Ioiô (categoria Counter Weight Freehand), que era meu amigo de escola.

Rafael Matsunaga sempre foi meio esquisito. Baixinho, japonês, calmo, inteligente pra caralho. A gente estudou junto da 1ª à 6ª série, no Ofélia Fonseca. Depois eu mudei de colégio, mas a gente manteve contato fazendo judô no SESC, com o sensei Douglas Vieira (medalha de prata no Panamericano de Atlanta/84).

Eu ainda estudei japonês com o irmão mais novo dele. E voltava de carona com a mãe deles, num Monza vermelho, um clássico.

Pesquisando na internet, descobri que além de ser o presidente da Associação Brasileira de Ioiô, ele edita um site maneiro que só.

30.10.03

OS MELHORES ADESIVOS PARA CARRO

É Fusca, mas é meu.

O barato é louco, o processo é lento.
Meu outro carro é uma Mercedes com motorista.
É Deus no céu e nóis no Corcel.
Tem um corno me olhando.


E OS QUE JÁ VIRARAM CHAVÃO:
Bebê a bordo.
Nem me viu.
Só diretoria.
Deus é fiel.
Sou feliz por ser católico.
Quer emagrecer, pergunte-me como.
Eu tenho vergonha dos vereadores de São Paulo.
Mulheres são líderes naturais. Você está seguindo uma.
Rastreado por povinho e olho gordo.
(foto do próprio cachorro)
(passagens da bíblia em fundo azul)

27.10.03

O DIA EM QUE EU CHAMEI A LUCIANA GIMENEZ DE VACA

E ela sorriu. Não sei se por fineza ou porque não ouviu direito. O que você acha?

Tarde nublada. Estávamos eu, meu dupla e meu chefe no quiosque do café no pátio da firma (chamar aquilo de boulevard é muita viadagem). Filosofávamos sobre assuntos diversos, quando surge uma mulher que, de longe, já chamava a atenção. Nos calamos para acompanhar com exclusividade o doce balanço de tanta sensualidade. Ela saía da lanchonete acompanhada por 2 jornalistas. à medida que ela foi chegando mais perto, deu pra reconhecer. Em alguns segundos, Luciana Gimenez passaria a poucos metros de nós.

Me deu um estalo e eu quebrei o silêncio, gritando baixinho (se isso é possível):

- Sua vaaaaaaca!

Silêncio total. Das plantas do jardim ao visor da caixa registradora, todo mundo que estava ali foi conferir a reação dela. Ela continuou andando. Câmera lenta. Um passo, dois passos, tr... OLHOU! E sorriu. Aí, todo mundo virou pra mim.

E eu "continuei contando minha história":
- Daí ela chegou pra cara e falou "vaca é a sua a mãe"...

Meu dupla, meu chefe, as plantas, ninguém entendeu nada. Inclusive ela, pra não perder o costume.

20.10.03

NORMAL

Um adolescente passar as estimulantes aulas de trigonometria desenhando com caneta bic no caderno é normal. Um cara de trinta e poucos anos fazer isso profissionalmente não é normal.

O talento do cara também não é normal. Fábio Cortez é um ilustrador carioca que acabou de mostrar o portifa aqui pra galera. O cara tem dentro de si um exército de chineses montadores de dominó.

Seu instrumento de trabalho é a mesma caneta que você vê aí dentro desse copo que está do lado do computador. O papel é o mais basicão: sulfite branco. O resultado é uma textura fodida de tão detalhista. Ele também faz caricaturas, sensacionais. Resumindo, o cara é um anormal.

Algumas agências já se tocaram disso. Para quem se interessar: (21) 2551-1564.

13.10.03

ADOTAMOS

Acho que foi o maior ato de amor de toda a minha vida.

Há muito tempo a gente queria. A Michelle diz que agora a vida do casal está completa. É difícil não sorrir ao ver aquela coisinha linda. Ela é bem vermelhona, tem uma boca pequenininha e dois olhões hipnotizantes. Chama Pisci Webo.

Desde a morte do nosso primeiro filho, a gente sentia um vazio quando passava pela sala e não era surpreendido por nenhum movimento brusco do Leny dentro do aquário.

Diz a lenda que de filho a gente gosta tudo igual.

9.10.03

É O TCHARLIE

Sabe quando o vocalista não tem o que fazer após um refrão e grita o nome da banda? Tipo um "Tcha~an" (um não, vários, em seqüência), ou aquela lôca que fala "Mastruz com leite" entre os sólos de sanfona.

Ok, é um comportamento deplorável, auto-afirmativo e repugnante. Mas enquanto se limitava a bandas de axé e forró, tava beleza. O grande problema é que isso já se impregnou, como um peido fedido, no nosso rock'n'roll.

O autor deste flacto musical foi o modesto e simpático líder da banda Charlie Brown Jr. Confesso que comprei (ouvi e até achava legal) o álbum de estréia deles. Mas agora não suporto mais nunhuma música cantada pelo Chorão. Todas têm o filho da puta gritando "Charlie Braaaaaaaum", em seqüência, exatamente como o Compadre Washington. Repare. E pare. De ouvir esse idiota.

8.10.03

O PINTOR

Jurandir não era de mentir. Era de sorrir.

Trabalhava cantando, de manhãzinha até a hora de partir. O preço combinado pro serviço lá em casa era o mínino que ele podia admitir. Mas não era isso que o impedia de dormir. A banca de frutas que sua mulher tinha na calçada da Avenida Paulista estava pra falir.

Ela não queria desistir. Ele preferia não discutir. O fim dessa história ainda está por vir. Amanhã eu coleto mais material pra redigir.

3.10.03

EXAME DE URINA 24h

Vexaminoso, irritante, constrangedor, humilhante, vergonhoso.

Como atravessar o andar inteiro, com naturalidade, até o banheiro, carregando uma garrafa parcialmente cheia de mijo?

24.9.03

DOR DE ESTÔMAGO

Será que só eu penso antes de escrever?
Será que só eu gosto de conversar com meu avô?
Será que só eu tiro catota do nariz e dou peteleco?
Será que só eu não tenho vontade de trair?
Será que só eu fui preconceituoso com os Los Hermanos?
Será que só eu penso que só eu faço as coisas?

19.9.03

REUNIÃO DE CONDOMÍNIO

Presentes: 18 condôminos
Média de idade: uns 120 anos
Nível de ruído: 200 decibéis
1º item da pauta: eleição de síndico.
Meu voto: "Me abstenho". 17 caras de interrogação viraram pra trás. Pô, eram 2 candidatos que nem apresentaram suas propostas. Fiquei na minha.
Outros itens: regras para utilização do salão de festas, reforma do elevador, aumento do valor da mensalidade, dedo no olho, gritaria, preconceito, 8 cigarros acessos ao mesmo tempo, 3 horas de reunião.
Achei divertido, mas acho que foi minha primeira e última.

18.9.03

BANANA

Eu não tenho vergonha de assumir que "eu gosto de uma banana", no sentido gastronômico, claro. E quem me fez tomar gosto pela dita cuja foi... meu avô. Além manter vivas outras tradições familiares, como sua coleção secreta de revistas de mulher pelada, meu avô me ensinou a comer banana em três partes (é sensacional!).

Bom, a gota d'água para este post foi o lançamento do CD "Bananas" do Deep Purple, uma banda que eu só recomendo para quem é bananão mesmo: aqueles roqueiros congelados no tempo, cabeludos e carecas ao mesmo tempo, que usam óculos Ray-Ban do Chip's, tênis All Star e calça jeans apertada e desbotada.

Porém a referência bananal mais importante da minha vida talvez seja o filme "Banana Joe", com Bud Spencer (sem Terence Hill). Bud Spencer era aquele troglodita barbudo que sempre tirava das encrencas o mocinho loiro e atrapalhado (Terence Hill). Como os Trapalhões, eles se separaram e sozinhos não alcançaram um zilésimo do sucesso mundial que tinham como dupla nos famosos filmes de bang-bang à italiana.

As melhores cenas de Bud Spencer eram invariavelmente as de luta. Seu melhor golpe: o soco de mão fachada, como um martelo, na cabeça dos bandidos baixinhos. Em "Banana Joe", ele aplicava tal golpe com as duas mãos juntas, segurando bananas (!?). Porém o melhor do filme é o ditado que ele não pára de repetir: "Uma banana por dia, alimentação sadia". O argumento da película é uma piada: Joe é um piloto de avião que cai em uma ilha isolada do mundo e cujo povoado subsiste à base de banana. Depois de virar ídolo local, se não me falha a memória (que ironia), Joe inventa uma fórmula para fazer o avião funcionar com banana como combustível.

Pizza de banana, banana amassada com canela, vitamina de banana, banana menina, Carmem Miranda e capas de discos do Velvet Underground são motivos para outro post.

29.8.03

FESTA ZEN

Zen nozão, que fique claro. Sexta-feira de outono, mudança de lua, a Michelle me concede um habeas corpus porque naquela noite ela iria à despedida de solteira de uma amiga do colegial na Jive. Invoco todos os orixás para me lembrar que somos um casal moderno, que não é pra ter ciúmes, que é pra relaxar e ir também pra balada com os amigos.

O fiel cavaleiro Fausto Edmundo se apresenta trazendo um cálice de esperança para aquela noite. Uma festa zen perto do Hotel Unique, no final da Brigadeiro. Dica da recepcionista da firrrrma dele.

Chegando lá, um sobrado normal sem iluminação neon/prata de balada, nem balaústres ou incensos de eventos indo-orientais. Somente um segurança negro, 4x4, de terno e gravata, sério: "Bem-vindo ao Espaço Tantra". Contive a risada e entrei na parada.

Lá dentro, um balcão. E atrás, um jovem de cabelo microfone (tipo Black Power) com um bloco de comandas e uma caneta nas mãos. Ele fez as perguntas básicas de comanda de balada: nome, telefone, aniversário e... signo (?). O Microfone nem olhou para minha cara de espanto e já emendou: "Os sapatos, por favor. Deixe as impurezas da rua aqui na entrada, nessa estante". Olhei pro Negão 4x4. Ele apenas levantou as sobrancelhas. Achei melhor não desapontá-lo.

Mais pessoas entram no "lobby" da balada. Apesar da fila considerável que se formava, o Microfone continua explicando, em ritmo de tartaruga com cãimbra, como funcionava a filosofia daquele espaço. Entrei sem saber o final da história.

Bom, lá dentro, uma seqüência de bizarrices: uma sala com pufes, almofadas e uma TV que só passava filmes do Kubrick, outra sala em que um japonês meditava sem camisa ao som de... tecno (não era lounge, era pauleira mesmo), um gongo (sim, eu não resisti e gonguei forrrte. Veio uma mina falar um monte, que era um desrespeito, que não podia, foda-se, gonguei ela também), um espaço para atos teatrais (deixa eu reservar um parágrafo só pra falar disso).

Uns miguelitos começaram a circular pela festa inteira falando que em 5 minutos começaria um ato no andar de cima. A galera foi subindo e o tal espaço era uma sala com telas de mosquiteiro dependuradas bem no meio. Iluminação tosca, daquelas lâmpadas coloridas vermelhas e amarelas. Silêncio mórbido (até a hora do gongo). Quando a sala já estava praticamente cheia, me aparecem dois caras e duas minas, eles sem camisa e elas com uns colãs cor da pele. Eles centram em cena rastejando e assim permaneceram por 10 minutos, sibilando "Vem por aquiiiiiiiiiii, vem por aquiiiiiiii...." como serpentes tentando seduzir a platéia de Adãos e Evas. Mas aquilo estava bem longe de ser o paraíso. Eu já não agüentava mais tanto "Vem por aquiiiiii" até que uma das minas de colã se levantou e disse "Eu vou por ali!".(...) Acende-se as luzes, as pessoas estavam achando o máximo e começaram a aplaudir furiosamente. Furiosamente eu procurava o bastão do gongo, mas a mina da bronca deve ter escondido a parada.

Eu já tinha tomado algumas brejas e fui dar uma mijada. Qual não foi minha surpresa ao encontrar, descalço, um banheiro levemente alagado. Precisava ser macho. Macho pra mijar assim mesmo. Ou macho pra descolar um jardinzinho e se aliviar na frente de todo mundo. Ou macho pra conseguir segurar a onda até ir embora. Mijei assim mesmo.

Já eram altas horas e, pôrra, festa hippie-zen e ninguém queimando unzinho. Foi quando eu avistei um grupo de pessoas vindas diretamente dos anos 80. Santos sobretudos, santos óculos escuros. Colei. Eles estavam comentando que não tinham se identificado com nenhum ambiente do local, que cada um não se encontrava lá dentro. Dei um pega e disse que talvez o próprio lugar ainda não tivesse se encontrado, que não tinha um estilo definido. Noooooossa, os 80's adoraram, me chamaram de gênio, me pagaram brejas. Mas antes que o Morrisey chegasse mais perto, eu achei melhor dar um rolê.

Fui direto pra frente de um computador que tinha uma programação de mp3 rolando o som da festa. Canabis sativa na cabeça ativa, lá fui eu meter o bedelho na parada. Foi quando o japa que meditava sem camisa me advertiu em alguma linguagem arcaica. Logo depois eu vi ele conversando com o Negão e senti que era hora de me pirulitar. Respirei fundo, e fui tentar recuperar meu tênis e meu senso de ridículo. O tênis eu consegui.

1.8.03

NOMES IDIOTAS

Quase coloco SEM TÍTULO como título deste post. Mas já que é pra espinafrar, vou pôr o pior.

Você já deve ter se deparado com sorveterias, papelarias, restaurantes e outras microempresas de varejo cujos proprietários tiveram a feliz idéia de batizar seus estabelecimentos como SEM NOME. Nada demais, nos anos 80. Mas a cultura pop tratou de usar e abusar até o talo desta expressão

Disco Novo - de Kiko Zambianchi

Bistrô Bistrot - nos Jardins

17.7.03

VÍCIOS DE LINGUAGEM

Enfim, utilizar esta palavra sem ter elencado nada antes já se tornou o mais novo vício de linguagem das altas rodas pseudo-intelecto-sócio-econômicas. Para dar consistência ao seu comentário/argumentação, você não precisa pensar muito no assunto, basta soltar um enfim e dizer a baboseira que quiser.

Observar os vícios de linguagem (dos outros) é uma tarefa que eu cumpro involuntariamente. Outro dia, presenciei uma colega de firrrma falar 3 vezes em cinco minutos blablablá, literalmente.

Alíás, literalmente é outra palavra que virou vício de linguagem. Só que empregada como adjunto adverbial de intensidade, função já exercida por expressões como com certeza e, mais recentemente, total.

Na verdade, o fato que me motivou a escrever sobre isso é o costume patológico do meu chefe de usar a expressão na verdade. São duas, às vezes até três vezes na mesma frase. É horripilante. Ele quase nunca se refere a algum significado oculto ou a uma grande descoberta. Uma análise semiótica superficial nos diria que o personagem, na verdade, têm uma necessidade de mostrar credibilidade, que somente o que ele fala é digno de se acreditar.

Bom, eu sei que, no caso, isso não tem nada a ver, mas outro vício filho-da-puta é falar no caso. Não vou nem citar o gerundismo (ou segundo os estudiosos, futuro do gerúndio contínuo - o tempo verbal dissseminado pelos tradutores de manuais para operadores de telemarketing) porque estar criticando isso já virou carne-de-vaca.

15.7.03

REFORMA DA PREVIDÊNCIA EXPRESS

Aproveitando que algumas categorias profissionais, como juízes e militares, estão pedindo privilégios na reforma previdenciária, levanto aqui a bandeira de luta por uma classe que merece talvez muito mais do que estas já citadas esses benefícios:
OS MOTOBOYS
Eles arriscam suas vidas todos os dias (como os militares de escritório)
Eles têm seu linguajar próprio (como os magistrados)
Eles são destemidos e temidos no Distrito Federal e nos Distritos Policiais
TRAZ A CAÇAMBA!

Eu me julgava um rapaz honesto, justo, trabalhador. Mas, depois deste fim de semana, eu não tenho mais moral comigo mesmo. A história é a seguinte:

Quando você faz uma obra ou reforma, normalmente precisa de uma caçamba para recolher o entulho da obra ou reforma. O prazo padrão de permanência da caçamba é de uma semana. OK.

Como você deve saber, eu estou fazendo uma obra ou reforma no apê da Joaquim Antunes. Logo, contratei uma caçamba por uma semana. Paguei. Enchi a caçamba de entulho. E ela se foi, com a música do Hulk ao fundo.

Mas o que os comunicativos pedreiros - Levino, Raimundo e Givanildo, conhecido como Jair - não me comunicaram era que ainda teríamos mais entulho após aquela semana. Achei que seria um ou outro azulejo (ajulezo, no linguajar deles). Coisa de colocar num saco e jogar no lixo.

Só que o um azulejo ou outro lotaram quatro sacos de farinha de padaria, daqueles de 40 kg. Eu não estava a fim de gastar quase MNG$ 100 para pedir uma nova caçamba.

Foi aí que minha mente maquiavélica e gérsica resolveu levar vantagem em cima da situação. Convenci a Michelle que seria muito mais prático colocar os sacos no carro e achar alguma caçamba pelo bairro que comportasse um "complemento não sujeito a custo". Um exame detalhado nas cercanias do apê nos demoveu desta idéia. Todas as caçambas ficavam na frente de prédios, o que tornaria provável a interferência de um zelador, porteiro ou coisa que o valha cutucando meu ombro enquanto eu tentasse elevar os sacos ao nível da caçamba.

Nossa busca se estendeu por toda a cidade até acharmos uma que ficasse junto a terreno baldio ou comercial. Achamos. Do lado do Cemitério da Consolação. Nem preciso dizer que o silêncio era mórbido, o vento estava de arrepiar a alma. Joguei e me pirulitei. Desculpa, Mussum.

8.7.03

PITTY WEBO

Desculpem a ausência durante todo o mês de junho. Estive ocupadíssimo. Em Aruba, eles têm o terrível costume de ensinar os alunos a preparar drinks fazendo os alunos esvaziarem cada copo recém-preparado.

Brincadeirinha.

Na verdade, eu virei evangélico e vou parar de mexer com essas coisas de internet.

Na verdade, na verdade, eu casei.

Calma.

É bizarro, prepare-se:
A família da Michelle costuma fazer uma festa junina (? - em julho) num sítio com todos os itens típicos de uma festa junina. Apesar de preferir fazer o papel de padre, decidiram que eu seria o noivo. Vim, vi e venci; digo; fui, fiz e me fodi.

OK, mas o que a Pitty Webo tem a ver com isso? Nada. Apenas achei o "nome" legal e resolvi batizar este post com o nome dela.

30.5.03

CARDÁPIO

Bar e Lanches Bariloches apresenta seu cardápio musical:
X-got it
X-drivin' me crazy
X-like the wind
X-leavin' home

23.5.03

MELHORES MÚSICAS DO MUNDO (nesta tarde)

The lost art of keeping a secret - QUEENS OF THE STONE AGE
World of two - CAKE

12.5.03

PASTEL DE SHITAKE

Mais uma da série "Oportunidades de Negócio com o Gênio do Marketing Flávio Ricci":

Ultimamente fui acometido de uma séria dependência química de pratos à base de shitake (xitaque, em japonês). Por causo diss, a Michelle aprendeu, em regime de escravidão, a fazer receitas com essas curiosas casinhas dos smurfs, lindas e deliciosas, mas que não passam de fungos.

Não, seu Silvio, ainda não tivemos oportunidade de pôr em prática nenhuma receita. (Note a conjugação noa 1ª pessoa do plural quando do uso de verbos de ação, e no singular quando de pensação). Mas o efeito psicodélico sempre está presente nas refeições em que o principal atração tem este ingrediente (pizza, risoto, fetuccine, sopa, tijolo, mistura para concreto, gase cirúrgica, pastel, balaio de gatos, monitor de 17 polegadas... opa-opa, calma lá. Leitor atento, você reparou que eu sorrateiramente infiltrei entre estas besteiras aleatórias uma sensacional idéia para produto de alto consumo para o mercado alimentício.

Se ninguém comprar a idéia, tudo bem. Fica sendo o aperitivo oficial do restaurante de miojo.

22.4.03

BOICOTE CULTURAL

Venho tentando, há algumas semanas, não prestigiar a indústria cultural dos EUA. O motivo eu esclareço num próximo blog. Tem sido uma dura empreitada. Na prática, estou evitando tudo que vai no piloto automático. Por exemplo: séries da TV a cabo. Comecei a acompanhar a segunda temporada de 24 horas, mas apesar de ser inovadora no formato, conceitualmente ela é representante da pior escória do nacionalismo "anti-terrorista" norte-americano. Em sitcoms, tipo Friends, o que pode ser pior para a diversidade cultural do que o humor baseado no preconceito contra Saddams, Ossamas (ler com sotaque de americano burro) e todo e qualquer tipo de muçulmano.

10.4.03

EU SOU UM PONTA-DIREITA NO CORPO DE UM REDATOR

É pura elucubração. Quando não há nenhum problema de instância urgente ocupando meu raciocínio abstrato, eu faço caminhos habituais (tipo da minha baia ao banheiro do trampo) como se estivesse conduzindo a bola rumo à meta.

No caminho citado há um longo corredor. Eu não contenho minha explosão física e disparo como um Cafu ou Roberto Carlos até a linha de fundo. A seqüência da jogada, que empolga milhões de espectadores imaginários, é a mistura de cruzamento e break (bréque, no bom futebolês) na virada do corredor. Outro dia eu dei um elástico na entrada do banheiro. Acho que ninguém viu.

Isso já é uma história antiga na minha vida. Primeiro tenho que confessar que eu jogava bola em casa. Sozinho. Sim, sou criança de prédio. Pegava uma bola de meia (pra não apanhar da minha mãe se quebrasse alguma coisa) e driblava cadeiras, dava peixinhos no sofá da sala, escorregava pela cozinha. Era simplesmente um tesão disparar pelo corredor e acertar 10 entre 10 tentativas de cruzar a bola pela porta do quarto. Com a canhota.

Eu me divertia no meu mundo imaginário.

9.4.03

SINTA-SE EM CASA

Agora posso dizer isso de boca e coração bem abertos.
Acabamos de fechar negócio em um apezinho em Pinheiros.
"Na verdade", esta empreitada teve um mecenas, Sr. Claudio Niwcles.
Além de realizar o sonho da casa própria, meu pai revelou-se um exímio negociador.
Tenho motivos pra ser-lhe eternamente grato, apesar de não precisar de motivos para isso.
Peço desculpas antecipadas pela falta de tempo a que eu e Michelle seremos submetidos nas próximas semanas.
Quem já reformou, sabe do que estou falando.
Estou trifeliz. :-D

4.4.03

[PONTUAÇÕES]

Já faz a maior cara que eu queria expressar meus sentimentos sobre textos repletos de exclamações. Mas me senti aliviado quando li isso aqui em um blog:

"ponto final é mais sincero q reticências pq as reticências têm muitas faces...
quando eu uso reticências eu posso estar expressando alegria, sarcasmo, cinismo, tristeza, vazio... liberdade, emoção, apatia,e até mesmo idéias contrárias à frase q a antecede.
ponto final não. ele expressa apenas o q a frase queria expressar... é preto e branco. nada mais sincero q preto e branco.
ah, e é dolorido sim.
exclamação além de ser cínico, me enjoa...
aqueles textos repletos de exclamações para todos os lados me dão falta de ar... parece q a pessoa esta gritando comigo. (e como sou eu quem esta lendo a manifestação exagerada dela, parece q eu estou gritando comigo... e até perco o fôlego mental.)"

A parte sobre o ponto final parece meio babaca, uma simples introdução. Mas é uma definição poética, mais importante do que o clichê de achar idiota textos cheios de pontos de exclamação. Sincero e doloroso (não dolorido), me senti um ponto final.

24.3.03

IDÉIAS

Algumas não merecem ser chamada de idéias. Outras merecem ser promovidas a projetos. Os projetos normalmente se limitam a 4. Sério. Uma pessoa não consegue ter mais do que 4 projetos concomitantes. Se tiver mais que 4, ainda são idéias.) Loco esse negócio de fechar algo que você não abriu, né?)

Entro no blog, louco pra postar alguma idéia genial sobre a guerra, a entrega do Oscar, a relação do preço dos imóveis em Pinheiros com a disparada do dólar. Mas fiquei encanado com idéia de fechar o que você não abriu.)

Fim da tarde, eu coloquei no lixo um copo de café e uma pazinha que estavam do lado da sensacional-máquina-de-café no corredor do meu andar aqui da firma. Até parece que eu tenho um andar só para mim.)

A Michelle diz que eu tenho uma facilidade descomunal para me desfocar. Não sei se ela usou a expressão descomunal, normalmente utilizada para descrever a exuberância de outras partes da minha "personalidade".)

Então, retomando o assunto, me senti bem na hora que eu coloquei aqueles coisos no lixo. Bem, na real, não senti porra nenhuma na hora. Foi meio automático. Eu só estava fechando algo que alguém abriu e, com certeza, não iria voltar lá pra fechar.

Eis que volto para o meu lugar e, bocejando (essa merda de café não fez efeito!), sigo a digitar coisas geniais para os jobs mais medíocres da face da Terra. Até que chega um senhor com a boca sangrando. Ele balbucia algo como "Rosebud" e aponta para a sensacional-máquina-de-café. Só que a sensacional-máquina-de-café fica do outro lado do andar. Visão de raio X? É, aquele homem era especial. Ou semiespecial, devido às poças de sangue pelo caminho.

Chegando perto da máquina, ele tira um hominho tipo o ET do Gugu, só que menor) do bolso da camisa. O hominho começa a traduzir o que o senhor falava. Mas eu não dei muita pelota porque fiquei fascinado pelo cabo que prendia o hominho ao bolso do senhor. O hominho parou de falar sacando minha incógnita, se virou e, apontando as próprias costas, disse que era USB e que tinha pra vender na Santa Efigênia.) O senhor "disse que tinha deixado o dente dele dentro de um copo no chão enquanto tinha ido apreciar o pôr-do-sol. É, o senhor era dos meus. Realmente ainda era um magnífico pôr-do-sol.)

Aí que eu me liguei que o senhor, o hominho USB e, pasmem, a sensacional-máquina-de-café não estavam mais lá? Como? vai saber? Aqui estou eu, com a cara toda marcada pelo teclado, piscando e olhando pra tela. Até parece o filme em que os Trapalhões dormem na praia, sonham que ajudam a salvar um planeta e acordam com o jipe cheio de barras de ouro, que eles ganharam no sonho/filme.) Agora deixa eu ir embora correndo conferir se meu Ka está mais pesado.

17.3.03

GENIAL

Como explicar para sua namorada que ela é a coisa mais importante da sua vida? A minha saída foi contar um sonho, mistura de Walt Disney com David Lynch:

Entrei no boteco, me aparece um garçom imenso, azul, de barbicha, vestindo um colete, somente um colete - já que ele não tinha pernas - e uma toalha dependurada no antebraço, perguntando "O que o senhor deseja?". Pensei bem, respirei fundo e pedi .... uma coca-light. Ouvi o inevitável "com gelo e limão, senhor?" como uma maliciosa tentativa de reduzir custos, me arrancando os outros dois desejos. De bate pronto, respondi que queria só a coca-light mesmo.

Quando o gênio trouxe o bebida, me perguntou o que eu iria comer. Não era desse jeito que eu conheceria a mulher que eu amo, né? Solicitei um X-bacon salada, básico. Mas o azulão não era amador: "E para acompanhar?". "Pelo resto da vida?" foi a minha condição. Ele disse que aí poderia demorar. Topei a parada. "Pede pra melhor garçonete que você tiver aí pra me servir o sanduba".

Foi então que surgiu, nua, segurando a bandeja, a pequena pretinha (quando eu digo pequena é porque a Michelle é baixinha meeeesmo) que me acompanha nos piores botecos ou nos melhores filmes da minha vida.

14.3.03

A SINGELA ORIGEM DO APELIDO DE ACM

Francisco Alexandria é um jornalista que escreveu um livro sobre ACM. Aqui ele conta a origem do apelido Toninho Malvadeza.

"Ele foi criado no Campo da Pólvora, um bairro de Salvador. Na infância, adolescência, ele e outros garotos tinham um grupo que ficava no Largo Piedade. Ficavam lá fazendo piadas, xingando as mulheres que passavam. Um dia, passou uma senhora e eles ficaram falando bobagens. A pobre voltou para casa chorando de tão humilhada e foi questionada pelo marido, coronel, sobre o que tinha acontecido. O homem ficou irado. Encheu um caminhão de soldados e prendeu toda a molecada.

Chegando na delegacia, o delegado mandou que cada um dos garotos fosse para uma cela. Toninho foi para a dele e, assim que entrou, todos gritaram: 'Oba! Chegou carne nova pra gente'. Fizeram fila. Todo mundo foi comendo o Toninho. O primeiro comeu, o segundo também. Até que o baixou um espírito humanitário no terceiro, que ponderou: 'Que malvadeza com o garoto. Que malvadeza!'. Mas comeu do mesmo jeito. E o apelido pegou."

Provavelmente é mentira. Mesmo assim, é muito boa.
A MÃO QUE AFAGA...

a) é a mesma que balança o berço?
b) tem um ninho de afagafinhos?
c) não dá ponto sem nó?
d) é a mesma que apedreja?

12.3.03

ANALOGIA ÀS VEZES É BOLA FORA

É inegável o poder que uma analogia tem de facilitar a compreensão de um assunto mais cabuloso para interlocutores menos privilegiados de abstração ou simplesmente para simplificar uma discussão com alguém que não arreda pé no plano original da discórdia.

Comumente (how-lies) eu me pego traduzindo minhas idéias para situações em um campo de futebol. É incrível a aceitação das minhas teorias entre os homens. Quando o assunto é trabalho em equipe, características pessoais, funciona que é uma beleza. Já com a mulherada, principalmente com a Michelle, o esquema tático sai pela culatra (aí, ela diz que eu não entendo mesmo o mundo dela etc). Motivos:

a) São onze jogadores em cada time, ou ainda, são três compartimentos: defesa, meio-campo e ataque. Tem o técnico e o goleiro, mas deixa pra lá. Não entrarei neste nível de detalhe. Bom, o negócio é que é difícil fazer analogia com relacionamentos amorosos que se restringem a duas pessoas, onde 50% deles normalmente não compreende a mística do novo campo de discussão.

b) ... Putz, acho que era só um motivo mesmo. Mas ele é realmente muito importante, certo?

6.3.03

EXTREMOS

Ninguém pode negar que a força de pontos antagônicos aumenta à medida que eles se distanciam. Para se alcançar uma felicidade extrema é necessário que se passe por uma grande tristeza. O retrato destas situações é conhecido como arte.

27.2.03

PASSAR UMA BORRACHA

É tão fácil e tão difícil, né? Outro dia eu estava olhando um disquete. Na etiqueta, uma rabisqueira só, de caneta futura, preta, grossa. Por baixo, o nome de um raquivo escrito a lápis. Pensei "que idiotice", era só apagar. Mas não, o impulso de destruição é maior e mais intenso que uma atitude sensata. Rabisca, invalida, estraga. É como quando você responde algo com tanta veemência, que não importa mais o que te motivou a reagir. Isso pode ser uma pecha para você. Como uma etiqueta de disquete.
CORRERIA

Quantas vezes você já perguntou para alguém como estavam as coisas (normalmente no trabalho ou simplesmente "lá") e ouviu a resposta "É, naquela correria". Eu não agüento mais neguinho me falar isso, como que pra mostrar que está se esforçando tanto por algo que não vale a pena. Pára e pensa, mano. Se você pensar, não precisa correr. Se antecipe. Chegue antes. E se você se beneficiar do trabalho de alguém que chegou antes ou que correu pra você, não diga "Você é o cara!".

26.2.03

MÁQUINA DE VENDER CAMISETA

Além do restaurante de miojo e do drink de iogurte de morango, pensei em mais uma sensacional oportunidade de negócio:

A Máquina de Vender Camiseta é tecnicamente uma máquina de vender refrigerante, sem refrigeração. O fornecedor das camisetas seria uma marca "boa", tipo Hering ou Sulfabril. Seriam 6 cores básicas (branco, amarelo, vermelho, verde, azul e preto) e três tamanhos (G, GG e GPC - grande pra caralho). O diferencial seriam as estampas. Como as máquinas seriam instaladas em faculdades, teríamos 5 ou 6 opções de ícones e representações de personagens cult-pop com grande identificação com o público universitário: Che Guevara, Marx, Fidel, Mao, CCCP e o símbolo Smile. Não vou definir já minúcias do processo de estampagem, mas o custo final não ultrapassaria 25 reais.

21.2.03

SHERLOCK HOLMES

Desvendei alguns mistérios que até há pouco me torturavam.

Dor de estômago - A causa deste pernicioso e diletante mal estar gástrico que vem me acometendo nos últimos tempos é nadamaisnadamenos que uma bolacha chamada Passatempo. Sua fórmula deve conter um misto de proteínas com solventes, colorantes e acidulantes artificiais que, em contacto com a parede do trato interno da cavidade gastro-digestiva, produz uma estrondosa sensação de flatulência verbal "A" rotativa. O método utilizado pelo detetive Holmes para elucidar este enigma é assunto para os tablóides, mas o resultado das investigações foi prontamente comemorado pela comunidade científica internacional como uma das grandes descobertas do novo milênio. O foda é que eu nunca mais poderei colocar esta bolacha na boca, sob o risco de ficar um dia inteiro prostrado na cama, sem conseguir me mexer direito.

Calouro afogado - Recebi pela internet uma mensagem que pretende não deixar impunes os suspeitos da morte do calouro Edison Gon Sa Loh durante o trote na piscina da Atlética da Medicina Pinheiros. Fechei os olhos, respirei fundo e fiz um segundo de silêncio em homenagem ao chinês, que inevitavelmente me apareceu na mente, roxo, no fundo da piscina... bom, deixa pra lá. Abro os olhos porque algo me chama a atenção: o chefinho falando ao telefone que hoje de manhã nadou por uma hora e que naverdade isso tinha naverdade lhe dado energias para enfrentar mais um dia de trabalho. Sabendo-se que ele é sócio da Atlética da Pinheiros, seriam estas energias positivas?

18.2.03

DERROTAS

Quem tem conexão rápida pode desfrutar de certos tesouros oferecidos pela internet. Acabei de assistir ao jogo Brasil x Holanda da Copa de 74 no site de jogos clássicos de Copas da FIFA. Eu disse desfrutar, mas no caso deste jogo, a expressão seria outra. Naquela noite, nosso time em nada fazia lembrar a gloriosa seleção canarinho (desculpe o chavão), não apenas por estar de azul mas pela falta de tesão de jogar bola.

A Holanda tinha um esquema tático muito louco, sem contar o número das camisas (o goleiro jogava com a 8, o Cruyff com a 14). Eles se moviam em blocos, sufocando a saída de bola do adversário e fazendo o tal Carrossel Holandês girar no ataque, a ponto de deixar nossa defesa com vontade de tomar Dramin. E eles nem jogaram tudo que sabiam.

OK, nosso técnico era o Zagallo (já dá um desconto) e eu sou corintiano, mas o Rivelino que me desculpe, faltava alguém ali pra chamar a responsa e azedar a laranjada dos gringos. O Leão ainda que fez uns milagres pra coisa não ficar tão feia. E nosso poder de reação foi comparável ao nível intelectual dos militares que tocavam a ditadura por aqui naquela época. Resumindo: o jogo foi apertado, mas a derrota merecida. Medíocre e merecida.

Toda essa indignação foi só para contrastar com outra derrota: Brasil x Itália na Copa de 82. Foi com esse jogo que eu aprendi que no futebol não há lógica. E que Deus não é brasileiro pôrra nenhuma. Sócrates, Zico, Falcão, Júnior... o Brasil era o melhor time da Copa, jogando por poesia, uma sinfonia em campo. Um momento de desatenção e lá estava o tal do Paolo Rossi para conferir. Foi na casa da Vó Sabina, em Valparaíso. Meu Vô Zito ainda era vivo. Eu chorei naquela tarde. Meus primos também. A gente prometeu que nunca mais iria jogar futebol. E pelo resto daquelas férias de julho, a bola branca ficou encostada no porão.

12.2.03

O ORÁCULO

Quando estão em crise, muitas pessoas costumam procurar os amigos, pais ou reponsáveis. Alguns consultam livros sagrados. Outros, filmes. Eu ouço Beastie Boys, fecho os olhos e invariavelmente vejo o Didi, em plano americano, com ar sério, dizendo o que fazer pro pissíti aqui.

7.2.03

SORRISO DE BEBÊ x FOLHEAR LIVRO VELHO

Coisas inevitáveis e antagônicas: ficar feliz ao ver um bebê sorrindo, especialmente se você ainda não tem filhos, e ficar triste ao rasgar uma folha de um livro velho, especialmente dicionários.
DICIONÁRIO VOCABULOSO

Uma bem intencionada lista de verbetes com seus respectivos trocadilhos semióticos, dispostos alfabeticamente em ordem de sengracês. Aceito colaborações.

Abafado – calorosa interpretação do fechado grupo sueco para canções portuguesas
Açucareiro - revendedor que comercializa melaço de cana por preço acima da tabela
Assassinado – técnica de locomoção aquática de famoso personagem folclórico
Avançado – lotação que transporta adeptos de S.M.
Avaria – expressão de linguagem que mostra imprecisão no cálculo de prejuízos
Azucrinar – chateação causada por tintura à base de açúcar para cabelo de eqüinos clubbers
Bebedouro – criança sedenta tocada pelo dedo de Midas
Bulimia – recipiente para escaldar gatos famintos
Canguru – animal que exerce liderança espiritual sobre cães saltitantes
Ceia – loja de departamentos cuja garota-propaganda todos gostariam de comer antes de dormir
Computador – estado binário de sofrimento ao extremo
Cueca – dupla sertaneja famosa pra caralho
Depressão – sentimento angustiante sofrido por algumas panelas
Destilado - bebida alcoólica que não está do lado de lá
Diabetes – Doença que acomete dançarinas do programa de auditório do Diabo
Documentado – putz, deve arder
Dólar – unidade de medida do sofrimento da economia doméstica
Dolorosa – flor enviada com intenção de machucar
Endócrino - médico especialista em cabelos que nascem para dentro do corpo dos cavalos
Esfera - forma obesa de animal feroz amansado
Esgotado – aquele que acabou de chegar do esgoto
Evangélica - meio de transporte virtual de crentes congelados
Evento – acontecimento de uma tornado virtual
Exausto – aquele que sofreu a cansativa ação de exaustor
Finlândia – país onde o mundo acaba
Hipoglós - maquiagem que dá brilho e cuidado à pele das éguas
Meditativo – pensamento receoso de estar agitado
Melaço – doce auto-enforcamento
Meliáceo – principal executivo de importante hotel internacional
Mentirosa – flor com aroma artificial de menta
Paulista - relação de membros fundadores do estado de SP
Pirotecnia – estado de loucura induzida por música eletrônica
Psicopata - veterinário especialista em doenças mentais de patas
Quartzo - aposentzo de um apartamentzo
Simpatia - característica de quem concorda com a irmã da mãe
Viúva - proprietária de vinícola cujo marido já morreu
Volátil - característica de sobrinho que sempre avisa para onde vai voar

6.2.03

APOSTO (com "ô"), aquilo que aparece depois do nome

É, você já deve ter percebido que eu gosto de um aposto. Segue uma incipiente lista. Aceito colaborações.

1) PESSOAS
Jacinto Figueira Jr., o homem do sapato branco
Steve Austin, o homem de 6 milhões de dólares
Helô Pinheiro, a garota de Ipanema
Alcione, a marrom
Erasmo Carlos, o tremendão
Ronie Von, o príncipe da Jovem Guarda
Maria Fernanda Cândido, a Sophia Loren brasileira
Plácido Manaia Nunes, o criador do Troféu Imprensa
Joselito, o cara que não sabe brincar

FUTEBOL
Pelé, o rei do futebol
Zico, o galinho de Quintino
Sócrates, o doutor
Ronaldo, o fenômeno
Rivellino, a patada atômica

2) FILMES/EVENTOS
Mogli, o menino-lobo
Orca, a baleia assassina
Monga, a mulher-macaca
Emmy, o Oscar da televisão americana

3) CIDADES
São Luis do Maranhão, a Jamaica Brasileira
São Paulo, a terra da garoa/do trabalho, a cidade que não pára
Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa

29.1.03

TIRANDO DA RETA

"Não sei de nada não, eu só trabalho aqui."

Com os sinceros agradecimentoas ao colega Sival. Esta é frases mais poéticas já ouvidas no ambiente empresarial brasileiro. Digna de funcionários comprometidos com os objetivos de suas firrrmas, sugerindo ações, propondo inovações, resolvendo problemas da forma mais rápida e eficaz possível.

28.1.03

O INCRÍVEL CAUSO DA VÉIA NO BUSÃO

Minha avó, doravante chamada "a véia", convidada para jogar biriba na casa de uma coleguinha de carteado, pegou o busão e sentou naqueles assentos reservados para véias e prenhas.

No meio do caminho, subiu um "moreninho" e sentou-se ao lado da véia. A véia nem tentou esconder seu preconceito. "Esse moreninho está com cara de quem vai me roubar". Mais do que imediatamente, olhou para seu pulso esquerdo e... cadê o relógio? "Moreninho filho da puta, já me roubou o relógio... mas ele vai ver". Discretamente colocou o dedo indicador por dentro do seu casaquinho e, apontando-o para o moreninho, disse "Passa o relógio". Ele tirou o relógio do pulso, entregou pra véia e se pirulitou rapidinho.

A véia, com ar triunfal de fim de episódio dos SuperAmigos, percebeu que aquele relógio não era exatamente o dela. Sim, o dela ainda estava no braço, tinha escorrido pro cotovelo, por dentro do casaquinho. Ela desceu no próximo e foi a pé.
Não existe nada pior do que queimar a língua, fisiologicamente.
GERAÇÃO McGYVER

Desenvolvi uma estranha obsessão por concertar as coisas utilizando apenas clipes de metal. Isso que dá passar a infância na frente da TV, vendo aquele idiota e seus mullets fazerem gambiarras nucleares ao som de Rush.

22.1.03

AUTO-BUDISMO

"Não tente apontar a Lua para quem enxerga, no máximo, o seu dedo."

Você pode pensar que eu escrevi isso ao perceber a cara de bunda de um "criente" após a apresentação de uma peça genial. Mas não. Eu lembrei deste ditado budista ao ver uma perua conversando com sua cadela.

21.1.03

SEX AND THE CITY

Outro dia, almoçando no bandejão da firrrma, meu medidor de decibéis foi monopolizado pelas reações de uma perua às fofocas do "amiguinho viado" na mesa ao lado. Filosofei que é possível quantificar (em meses) a abstinência sexual de uma mulher pela duração (em segundos) da gargalhada dela após uma piada não muito engraçada.
FILOSOFIA CAMPEÃ

Os vencedores comemoram. Os perdedores se desculpam.