15.7.03

TRAZ A CAÇAMBA!

Eu me julgava um rapaz honesto, justo, trabalhador. Mas, depois deste fim de semana, eu não tenho mais moral comigo mesmo. A história é a seguinte:

Quando você faz uma obra ou reforma, normalmente precisa de uma caçamba para recolher o entulho da obra ou reforma. O prazo padrão de permanência da caçamba é de uma semana. OK.

Como você deve saber, eu estou fazendo uma obra ou reforma no apê da Joaquim Antunes. Logo, contratei uma caçamba por uma semana. Paguei. Enchi a caçamba de entulho. E ela se foi, com a música do Hulk ao fundo.

Mas o que os comunicativos pedreiros - Levino, Raimundo e Givanildo, conhecido como Jair - não me comunicaram era que ainda teríamos mais entulho após aquela semana. Achei que seria um ou outro azulejo (ajulezo, no linguajar deles). Coisa de colocar num saco e jogar no lixo.

Só que o um azulejo ou outro lotaram quatro sacos de farinha de padaria, daqueles de 40 kg. Eu não estava a fim de gastar quase MNG$ 100 para pedir uma nova caçamba.

Foi aí que minha mente maquiavélica e gérsica resolveu levar vantagem em cima da situação. Convenci a Michelle que seria muito mais prático colocar os sacos no carro e achar alguma caçamba pelo bairro que comportasse um "complemento não sujeito a custo". Um exame detalhado nas cercanias do apê nos demoveu desta idéia. Todas as caçambas ficavam na frente de prédios, o que tornaria provável a interferência de um zelador, porteiro ou coisa que o valha cutucando meu ombro enquanto eu tentasse elevar os sacos ao nível da caçamba.

Nossa busca se estendeu por toda a cidade até acharmos uma que ficasse junto a terreno baldio ou comercial. Achamos. Do lado do Cemitério da Consolação. Nem preciso dizer que o silêncio era mórbido, o vento estava de arrepiar a alma. Joguei e me pirulitei. Desculpa, Mussum.

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