APARELHO DIGESTÓRIO, COMPLEXO GOLGIENSE E TONSILA
O título acima pode parecer fruto daqueles tradutores automáticos que a gente encontra na internet. Mas não é. Esses são alguns exemplos da nova nomenclatura oficial utilizada nas descrições sobre anatomia humana, veterinária, aviária, citológica, histológica e embriológica.
O Ministério da Educação determinou que os livros didáticos adotados no ensino fundamental e médio devam seguir a terminologia científica, a Nomina anatomica. É difícil engolir essa história, principalmente quando suas amídalas viram tonsilas, ou papo vira onglúvio. Confira a lista inteira na página da estimada professora Cynara.
Já me imagino, velhinho, vendo aqueles programas da Discovery/Animal Planet sobre o sistema digestório do avestruz, e reclamando que o texto foi escrito por algum professorzinho de biologia de vinte e poucos anos.
Queria eu que a discussão sobre o que está certo ou errado nessa vida se limitasse a normas de nomenclatura.
Sabe aquele texto genial que você viu em algum lugar da internet e não lembra? Provavelmente não foi aqui.
27.2.04
16.2.04
LOOMPA-LOOMPA & NATAL NA PENITENCIÁRIA
O post está meio atrasado (para quem conhece o dono deste blog, nenhuma novidade), mas vale a pena lê-lo.
Valparaíso é uma diminuta cidade no noroeste paulista, entre Araçatuba e Andradina. Sua economia é movida a álcool (inserir gif animado da mãozinha - trocadilho.gif), mas nos últimos anos a construção de um presídio estadual deu uma chacoalhada no município. Mas não é sobre isso que eu vim falar.
Anualmente ocorre em Valparaíso uma tradicional temporada de festividades, o Natal. A família do meu pai, principalmente do lado Sanches, promove animados jantares e almoços, que nos áureos tempos reuniam mais de 50 pessoas. Mas também não é sobre isso que eu vim falar.
O lance é que o último Natal foi bem curioso. Eu (cético), Michelle (quase budista), Márcio (judeu), Paula (quase judia) e Claudio Niwcles (católico caseiro) fomos celebrar o nascimento de Cristo na casa de minha avó Sabina (católica praticante). Dia 24/12, saímos às 5 da manhã para uma viagem de 500 km, com direito a multa por excesso de velocidade e sono por excesso de monólogos do Professor Claudio.
Chegamos em Valpa para o almoço, invariavelmente bife à parmegiana, estreamos a piscina que meu Tio Tininho acabara de construir. Pretérito mais que perfeito rules. O jantar de Natal seria na casa da minha avó, com a presença da outra tia (Ana) e seus filhos, Fernando e Carla, que, obviamente, são meus primos.
Fernando, 27 anos, bacharel em direito e fazendeiro, é o solteiro mais disputado da região. Os empresários da noite valparaisense disputam a tapas a simpatia dele para qualquer evento. Nessas, ele nos apresentou a possibilidade de ir a uma Festa de Natal no Clube dos Funcionários da Penitenciária. O ceticismo foi inevitável:
- Porra, Fer, você recomenda essa parada?
- Nico, é a ÚNICA balada que rola hoje em Valpa City.
Bom, então estava decidido. Depois da ceia de Natal, estávamos condenados a ir pra prisão. Em regime semi-aberto. E seria isso mesmo, não fosse a brilhante idéia de passar na casa do sogro do tio Tininho, Sr. Nelson, "o fino da elegância", segundo o Fer.
Vai daí que o Sr. Nelson comprou um videokê, mas como a família dele não carrega genes próprios para a cantoria, ele convidou para a ceia de Natal uns agregados. O mais tradicional de todos é o Taketoshi, um japa (não me diga?!) dono da farmácia, solteirão.
Vai daí que o Sr. Nelson sempre convida uns agregados solitários para festas tipicamente familiares. O mais tradicional de todos é o Taketoshi, um japa (não me diga?!) dono da farmácia, cinquentão, solteirão, porém baixinho.
Mas a "grande" novidade na Ceia dos Marega era Rodenilson, um jovem limítrofe, semi-anão, estrábico, gordinho, vinte e poucos anos, mas portador de maravilhosos genes para afinação das cordas vocais, usados para o mal. O Sr. Nelson colocou um videoké bem no meio do páteo e só dava o Loompa-loompa no microfone. Ele cantava apenas músicas sertanejas, e dentro do item sertanejas, só as mais de corno. Conseguiu notas excelentes por parte do aparelho de videokê e bocejos por parte dos convidados.
Já era quase uma e meia da manhã quando alguém teve a genial idéia de ir pra porra da festa na penitenciária. Chegando ao local, fomos revistados minuciosamente por uma equipe de seguranças do FBI. A technera rolando solta e ecoando junto com um show de luzes vindas do salão, que segundo o Fer teria capacidade "pra umas mil pessoas". Logo imaginei uma fuga de presos, a interação deles com as patricinhas-country, pessoas dançando alucinadas com bolas de ferro no pé.
Subimos uma ornamental escada e finalmente chegamos ao salão principal do clube. Realmente enorme para as... CINCO pessoas já presentes, todas da organização do evento. O prejuízo latente impedia que aqueles cinco destemidos idiotas conseguisse ao menos sorrir com a nossa presença.
Não havia a mínima possibilidade de dançar naquele lugar sem estar um pouco mais alcoolizado. E foi no bar que eu percebi o motivo do não-sorriso dos agroplaybas. Incontáveis caixas de cerveja tomavam conta de uma parede inteira atrás do balcão do "bar". Bebi. Bebi. Bebi mais um pouco tentando ajudar os caras a não terem tanto prejuízo. Era deprimente.
Sentamos naquelas mesas de boteco, de plástico branco, enquanto ouvíamos o som do DJ ecoar pela cidade. Não preciso dizer que a gente não ficou mais de meia hora na "festa". Mas teveum fato que contribuiu violentamente para que a decisão da nossa arrevoada fosse antecipada.
Quando estávamos sentados na mesinha, chegaram umas cinco moças. Educadamente, elas cumprimentaram todos os presentes, conhecidos ou não. Mas o excesso de extroversão das meninas causou um certa irritação na ala feminina do nosso grupo. Só porque elas chegavam desejando um Feliz Natal e muita paz no coração da gente e, nessa hora, elas passavam a mão no peito de nós, rapazes. Namoradas e irmãs fuzilaram as coitadinhas instantaneamente.
O peito dos perus de Natal virou galeto e voltamos pra Lapônia como renas adestradas.
O post está meio atrasado (para quem conhece o dono deste blog, nenhuma novidade), mas vale a pena lê-lo.
Valparaíso é uma diminuta cidade no noroeste paulista, entre Araçatuba e Andradina. Sua economia é movida a álcool (inserir gif animado da mãozinha - trocadilho.gif), mas nos últimos anos a construção de um presídio estadual deu uma chacoalhada no município. Mas não é sobre isso que eu vim falar.
Anualmente ocorre em Valparaíso uma tradicional temporada de festividades, o Natal. A família do meu pai, principalmente do lado Sanches, promove animados jantares e almoços, que nos áureos tempos reuniam mais de 50 pessoas. Mas também não é sobre isso que eu vim falar.
O lance é que o último Natal foi bem curioso. Eu (cético), Michelle (quase budista), Márcio (judeu), Paula (quase judia) e Claudio Niwcles (católico caseiro) fomos celebrar o nascimento de Cristo na casa de minha avó Sabina (católica praticante). Dia 24/12, saímos às 5 da manhã para uma viagem de 500 km, com direito a multa por excesso de velocidade e sono por excesso de monólogos do Professor Claudio.
Chegamos em Valpa para o almoço, invariavelmente bife à parmegiana, estreamos a piscina que meu Tio Tininho acabara de construir. Pretérito mais que perfeito rules. O jantar de Natal seria na casa da minha avó, com a presença da outra tia (Ana) e seus filhos, Fernando e Carla, que, obviamente, são meus primos.
Fernando, 27 anos, bacharel em direito e fazendeiro, é o solteiro mais disputado da região. Os empresários da noite valparaisense disputam a tapas a simpatia dele para qualquer evento. Nessas, ele nos apresentou a possibilidade de ir a uma Festa de Natal no Clube dos Funcionários da Penitenciária. O ceticismo foi inevitável:
- Porra, Fer, você recomenda essa parada?
- Nico, é a ÚNICA balada que rola hoje em Valpa City.
Bom, então estava decidido. Depois da ceia de Natal, estávamos condenados a ir pra prisão. Em regime semi-aberto. E seria isso mesmo, não fosse a brilhante idéia de passar na casa do sogro do tio Tininho, Sr. Nelson, "o fino da elegância", segundo o Fer.
Vai daí que o Sr. Nelson comprou um videokê, mas como a família dele não carrega genes próprios para a cantoria, ele convidou para a ceia de Natal uns agregados. O mais tradicional de todos é o Taketoshi, um japa (não me diga?!) dono da farmácia, solteirão.
Vai daí que o Sr. Nelson sempre convida uns agregados solitários para festas tipicamente familiares. O mais tradicional de todos é o Taketoshi, um japa (não me diga?!) dono da farmácia, cinquentão, solteirão, porém baixinho.
Mas a "grande" novidade na Ceia dos Marega era Rodenilson, um jovem limítrofe, semi-anão, estrábico, gordinho, vinte e poucos anos, mas portador de maravilhosos genes para afinação das cordas vocais, usados para o mal. O Sr. Nelson colocou um videoké bem no meio do páteo e só dava o Loompa-loompa no microfone. Ele cantava apenas músicas sertanejas, e dentro do item sertanejas, só as mais de corno. Conseguiu notas excelentes por parte do aparelho de videokê e bocejos por parte dos convidados.
Já era quase uma e meia da manhã quando alguém teve a genial idéia de ir pra porra da festa na penitenciária. Chegando ao local, fomos revistados minuciosamente por uma equipe de seguranças do FBI. A technera rolando solta e ecoando junto com um show de luzes vindas do salão, que segundo o Fer teria capacidade "pra umas mil pessoas". Logo imaginei uma fuga de presos, a interação deles com as patricinhas-country, pessoas dançando alucinadas com bolas de ferro no pé.
Subimos uma ornamental escada e finalmente chegamos ao salão principal do clube. Realmente enorme para as... CINCO pessoas já presentes, todas da organização do evento. O prejuízo latente impedia que aqueles cinco destemidos idiotas conseguisse ao menos sorrir com a nossa presença.
Não havia a mínima possibilidade de dançar naquele lugar sem estar um pouco mais alcoolizado. E foi no bar que eu percebi o motivo do não-sorriso dos agroplaybas. Incontáveis caixas de cerveja tomavam conta de uma parede inteira atrás do balcão do "bar". Bebi. Bebi. Bebi mais um pouco tentando ajudar os caras a não terem tanto prejuízo. Era deprimente.
Sentamos naquelas mesas de boteco, de plástico branco, enquanto ouvíamos o som do DJ ecoar pela cidade. Não preciso dizer que a gente não ficou mais de meia hora na "festa". Mas teveum fato que contribuiu violentamente para que a decisão da nossa arrevoada fosse antecipada.
Quando estávamos sentados na mesinha, chegaram umas cinco moças. Educadamente, elas cumprimentaram todos os presentes, conhecidos ou não. Mas o excesso de extroversão das meninas causou um certa irritação na ala feminina do nosso grupo. Só porque elas chegavam desejando um Feliz Natal e muita paz no coração da gente e, nessa hora, elas passavam a mão no peito de nós, rapazes. Namoradas e irmãs fuzilaram as coitadinhas instantaneamente.
O peito dos perus de Natal virou galeto e voltamos pra Lapônia como renas adestradas.
11.2.04
NUNTOIM TENDENNNDO
Colocar uma página no ar é uma das coisas mais simples do mundo para quem tem acesso à internet. Que essa página tenha sentido, já é outra história. Meu amigo Rednuht coletou alguns links interessantes e montou uma enquete para ver qual era o site mais sem propósito do mundo. Recomendo uma visita a todos.
www.pudim.com.br
www.zombo.com
www.wtfomg.com
www.something.com
www.bitchmakemeasandwich.com
www.yourethemannowdog.com
Colocar uma página no ar é uma das coisas mais simples do mundo para quem tem acesso à internet. Que essa página tenha sentido, já é outra história. Meu amigo Rednuht coletou alguns links interessantes e montou uma enquete para ver qual era o site mais sem propósito do mundo. Recomendo uma visita a todos.
www.pudim.com.br
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4.2.04
EDUCADAMENTE, UMA CADELA
Vizinhos possuidores de seres caninos carentes (para ser polido na caracterização) merecem um post à parte.
Minha vizinha de cima viaja durante quase todos os finais de semana, deixando sozinho seu cachorro que passa a latir ininterruptamente. Ele acabou se tornando praticamente o Che Guevara dos mundo dos cães. A partir do latido dele, todos os cães do bairro disparam a latir, cantar, declamar poemas e músicas de protesto.
Mas o revolucionário de quatro patas teve seu dia de cão quando eu o vi pessoalmente e descobri seu verdadeiro nome. Era uma manhã chuvosa de domingo, eu entro no elevador e me deparo com a dupla, cadela e cão. Educadamente, eu os cumprimento. A cadela aproveita a abertura pra puxar papo:
- Oi, você mora aqui no 121, né? O Kevin não incomoda MUITO, né?
Educadamente, eu não respondo. Apenas sorrio, pensativo. Então seu nome é "Kevin"... Isso poderia me remeter a vários Kevins: o Arnold de Anos Incríveis, o Bacon de Footloose, o Spacey dos Suspeitos. Mas não, a única imagem que me veio à mente era do Macauley Calkin, esquecido pela família, mas não por mim, nem pela mídia, graças à sua amizade com um famoso suspeito de pederastia.
Uma mistura de Michael Jackson e Guarda Belo tomou conta de mim e eu comecei a bater meu Guarda-chuva Cacetete Empalator Tabajara na outra mão. Silenciosamente, cadela e cão deslizaram pela parede, rumo ao canto oposto do elevador. Ao chegar no térreo, inexplicavelmente, eles sairam sem se despedir.
Vizinhos possuidores de seres caninos carentes (para ser polido na caracterização) merecem um post à parte.
Minha vizinha de cima viaja durante quase todos os finais de semana, deixando sozinho seu cachorro que passa a latir ininterruptamente. Ele acabou se tornando praticamente o Che Guevara dos mundo dos cães. A partir do latido dele, todos os cães do bairro disparam a latir, cantar, declamar poemas e músicas de protesto.
Mas o revolucionário de quatro patas teve seu dia de cão quando eu o vi pessoalmente e descobri seu verdadeiro nome. Era uma manhã chuvosa de domingo, eu entro no elevador e me deparo com a dupla, cadela e cão. Educadamente, eu os cumprimento. A cadela aproveita a abertura pra puxar papo:
- Oi, você mora aqui no 121, né? O Kevin não incomoda MUITO, né?
Educadamente, eu não respondo. Apenas sorrio, pensativo. Então seu nome é "Kevin"... Isso poderia me remeter a vários Kevins: o Arnold de Anos Incríveis, o Bacon de Footloose, o Spacey dos Suspeitos. Mas não, a única imagem que me veio à mente era do Macauley Calkin, esquecido pela família, mas não por mim, nem pela mídia, graças à sua amizade com um famoso suspeito de pederastia.
Uma mistura de Michael Jackson e Guarda Belo tomou conta de mim e eu comecei a bater meu Guarda-chuva Cacetete Empalator Tabajara na outra mão. Silenciosamente, cadela e cão deslizaram pela parede, rumo ao canto oposto do elevador. Ao chegar no térreo, inexplicavelmente, eles sairam sem se despedir.
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