24.3.03

IDÉIAS

Algumas não merecem ser chamada de idéias. Outras merecem ser promovidas a projetos. Os projetos normalmente se limitam a 4. Sério. Uma pessoa não consegue ter mais do que 4 projetos concomitantes. Se tiver mais que 4, ainda são idéias.) Loco esse negócio de fechar algo que você não abriu, né?)

Entro no blog, louco pra postar alguma idéia genial sobre a guerra, a entrega do Oscar, a relação do preço dos imóveis em Pinheiros com a disparada do dólar. Mas fiquei encanado com idéia de fechar o que você não abriu.)

Fim da tarde, eu coloquei no lixo um copo de café e uma pazinha que estavam do lado da sensacional-máquina-de-café no corredor do meu andar aqui da firma. Até parece que eu tenho um andar só para mim.)

A Michelle diz que eu tenho uma facilidade descomunal para me desfocar. Não sei se ela usou a expressão descomunal, normalmente utilizada para descrever a exuberância de outras partes da minha "personalidade".)

Então, retomando o assunto, me senti bem na hora que eu coloquei aqueles coisos no lixo. Bem, na real, não senti porra nenhuma na hora. Foi meio automático. Eu só estava fechando algo que alguém abriu e, com certeza, não iria voltar lá pra fechar.

Eis que volto para o meu lugar e, bocejando (essa merda de café não fez efeito!), sigo a digitar coisas geniais para os jobs mais medíocres da face da Terra. Até que chega um senhor com a boca sangrando. Ele balbucia algo como "Rosebud" e aponta para a sensacional-máquina-de-café. Só que a sensacional-máquina-de-café fica do outro lado do andar. Visão de raio X? É, aquele homem era especial. Ou semiespecial, devido às poças de sangue pelo caminho.

Chegando perto da máquina, ele tira um hominho tipo o ET do Gugu, só que menor) do bolso da camisa. O hominho começa a traduzir o que o senhor falava. Mas eu não dei muita pelota porque fiquei fascinado pelo cabo que prendia o hominho ao bolso do senhor. O hominho parou de falar sacando minha incógnita, se virou e, apontando as próprias costas, disse que era USB e que tinha pra vender na Santa Efigênia.) O senhor "disse que tinha deixado o dente dele dentro de um copo no chão enquanto tinha ido apreciar o pôr-do-sol. É, o senhor era dos meus. Realmente ainda era um magnífico pôr-do-sol.)

Aí que eu me liguei que o senhor, o hominho USB e, pasmem, a sensacional-máquina-de-café não estavam mais lá? Como? vai saber? Aqui estou eu, com a cara toda marcada pelo teclado, piscando e olhando pra tela. Até parece o filme em que os Trapalhões dormem na praia, sonham que ajudam a salvar um planeta e acordam com o jipe cheio de barras de ouro, que eles ganharam no sonho/filme.) Agora deixa eu ir embora correndo conferir se meu Ka está mais pesado.

17.3.03

GENIAL

Como explicar para sua namorada que ela é a coisa mais importante da sua vida? A minha saída foi contar um sonho, mistura de Walt Disney com David Lynch:

Entrei no boteco, me aparece um garçom imenso, azul, de barbicha, vestindo um colete, somente um colete - já que ele não tinha pernas - e uma toalha dependurada no antebraço, perguntando "O que o senhor deseja?". Pensei bem, respirei fundo e pedi .... uma coca-light. Ouvi o inevitável "com gelo e limão, senhor?" como uma maliciosa tentativa de reduzir custos, me arrancando os outros dois desejos. De bate pronto, respondi que queria só a coca-light mesmo.

Quando o gênio trouxe o bebida, me perguntou o que eu iria comer. Não era desse jeito que eu conheceria a mulher que eu amo, né? Solicitei um X-bacon salada, básico. Mas o azulão não era amador: "E para acompanhar?". "Pelo resto da vida?" foi a minha condição. Ele disse que aí poderia demorar. Topei a parada. "Pede pra melhor garçonete que você tiver aí pra me servir o sanduba".

Foi então que surgiu, nua, segurando a bandeja, a pequena pretinha (quando eu digo pequena é porque a Michelle é baixinha meeeesmo) que me acompanha nos piores botecos ou nos melhores filmes da minha vida.

14.3.03

A SINGELA ORIGEM DO APELIDO DE ACM

Francisco Alexandria é um jornalista que escreveu um livro sobre ACM. Aqui ele conta a origem do apelido Toninho Malvadeza.

"Ele foi criado no Campo da Pólvora, um bairro de Salvador. Na infância, adolescência, ele e outros garotos tinham um grupo que ficava no Largo Piedade. Ficavam lá fazendo piadas, xingando as mulheres que passavam. Um dia, passou uma senhora e eles ficaram falando bobagens. A pobre voltou para casa chorando de tão humilhada e foi questionada pelo marido, coronel, sobre o que tinha acontecido. O homem ficou irado. Encheu um caminhão de soldados e prendeu toda a molecada.

Chegando na delegacia, o delegado mandou que cada um dos garotos fosse para uma cela. Toninho foi para a dele e, assim que entrou, todos gritaram: 'Oba! Chegou carne nova pra gente'. Fizeram fila. Todo mundo foi comendo o Toninho. O primeiro comeu, o segundo também. Até que o baixou um espírito humanitário no terceiro, que ponderou: 'Que malvadeza com o garoto. Que malvadeza!'. Mas comeu do mesmo jeito. E o apelido pegou."

Provavelmente é mentira. Mesmo assim, é muito boa.
A MÃO QUE AFAGA...

a) é a mesma que balança o berço?
b) tem um ninho de afagafinhos?
c) não dá ponto sem nó?
d) é a mesma que apedreja?

12.3.03

ANALOGIA ÀS VEZES É BOLA FORA

É inegável o poder que uma analogia tem de facilitar a compreensão de um assunto mais cabuloso para interlocutores menos privilegiados de abstração ou simplesmente para simplificar uma discussão com alguém que não arreda pé no plano original da discórdia.

Comumente (how-lies) eu me pego traduzindo minhas idéias para situações em um campo de futebol. É incrível a aceitação das minhas teorias entre os homens. Quando o assunto é trabalho em equipe, características pessoais, funciona que é uma beleza. Já com a mulherada, principalmente com a Michelle, o esquema tático sai pela culatra (aí, ela diz que eu não entendo mesmo o mundo dela etc). Motivos:

a) São onze jogadores em cada time, ou ainda, são três compartimentos: defesa, meio-campo e ataque. Tem o técnico e o goleiro, mas deixa pra lá. Não entrarei neste nível de detalhe. Bom, o negócio é que é difícil fazer analogia com relacionamentos amorosos que se restringem a duas pessoas, onde 50% deles normalmente não compreende a mística do novo campo de discussão.

b) ... Putz, acho que era só um motivo mesmo. Mas ele é realmente muito importante, certo?

6.3.03

EXTREMOS

Ninguém pode negar que a força de pontos antagônicos aumenta à medida que eles se distanciam. Para se alcançar uma felicidade extrema é necessário que se passe por uma grande tristeza. O retrato destas situações é conhecido como arte.