10.4.03

EU SOU UM PONTA-DIREITA NO CORPO DE UM REDATOR

É pura elucubração. Quando não há nenhum problema de instância urgente ocupando meu raciocínio abstrato, eu faço caminhos habituais (tipo da minha baia ao banheiro do trampo) como se estivesse conduzindo a bola rumo à meta.

No caminho citado há um longo corredor. Eu não contenho minha explosão física e disparo como um Cafu ou Roberto Carlos até a linha de fundo. A seqüência da jogada, que empolga milhões de espectadores imaginários, é a mistura de cruzamento e break (bréque, no bom futebolês) na virada do corredor. Outro dia eu dei um elástico na entrada do banheiro. Acho que ninguém viu.

Isso já é uma história antiga na minha vida. Primeiro tenho que confessar que eu jogava bola em casa. Sozinho. Sim, sou criança de prédio. Pegava uma bola de meia (pra não apanhar da minha mãe se quebrasse alguma coisa) e driblava cadeiras, dava peixinhos no sofá da sala, escorregava pela cozinha. Era simplesmente um tesão disparar pelo corredor e acertar 10 entre 10 tentativas de cruzar a bola pela porta do quarto. Com a canhota.

Eu me divertia no meu mundo imaginário.

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