17.7.03

VÍCIOS DE LINGUAGEM

Enfim, utilizar esta palavra sem ter elencado nada antes já se tornou o mais novo vício de linguagem das altas rodas pseudo-intelecto-sócio-econômicas. Para dar consistência ao seu comentário/argumentação, você não precisa pensar muito no assunto, basta soltar um enfim e dizer a baboseira que quiser.

Observar os vícios de linguagem (dos outros) é uma tarefa que eu cumpro involuntariamente. Outro dia, presenciei uma colega de firrrma falar 3 vezes em cinco minutos blablablá, literalmente.

Alíás, literalmente é outra palavra que virou vício de linguagem. Só que empregada como adjunto adverbial de intensidade, função já exercida por expressões como com certeza e, mais recentemente, total.

Na verdade, o fato que me motivou a escrever sobre isso é o costume patológico do meu chefe de usar a expressão na verdade. São duas, às vezes até três vezes na mesma frase. É horripilante. Ele quase nunca se refere a algum significado oculto ou a uma grande descoberta. Uma análise semiótica superficial nos diria que o personagem, na verdade, têm uma necessidade de mostrar credibilidade, que somente o que ele fala é digno de se acreditar.

Bom, eu sei que, no caso, isso não tem nada a ver, mas outro vício filho-da-puta é falar no caso. Não vou nem citar o gerundismo (ou segundo os estudiosos, futuro do gerúndio contínuo - o tempo verbal dissseminado pelos tradutores de manuais para operadores de telemarketing) porque estar criticando isso já virou carne-de-vaca.

15.7.03

REFORMA DA PREVIDÊNCIA EXPRESS

Aproveitando que algumas categorias profissionais, como juízes e militares, estão pedindo privilégios na reforma previdenciária, levanto aqui a bandeira de luta por uma classe que merece talvez muito mais do que estas já citadas esses benefícios:
OS MOTOBOYS
Eles arriscam suas vidas todos os dias (como os militares de escritório)
Eles têm seu linguajar próprio (como os magistrados)
Eles são destemidos e temidos no Distrito Federal e nos Distritos Policiais
TRAZ A CAÇAMBA!

Eu me julgava um rapaz honesto, justo, trabalhador. Mas, depois deste fim de semana, eu não tenho mais moral comigo mesmo. A história é a seguinte:

Quando você faz uma obra ou reforma, normalmente precisa de uma caçamba para recolher o entulho da obra ou reforma. O prazo padrão de permanência da caçamba é de uma semana. OK.

Como você deve saber, eu estou fazendo uma obra ou reforma no apê da Joaquim Antunes. Logo, contratei uma caçamba por uma semana. Paguei. Enchi a caçamba de entulho. E ela se foi, com a música do Hulk ao fundo.

Mas o que os comunicativos pedreiros - Levino, Raimundo e Givanildo, conhecido como Jair - não me comunicaram era que ainda teríamos mais entulho após aquela semana. Achei que seria um ou outro azulejo (ajulezo, no linguajar deles). Coisa de colocar num saco e jogar no lixo.

Só que o um azulejo ou outro lotaram quatro sacos de farinha de padaria, daqueles de 40 kg. Eu não estava a fim de gastar quase MNG$ 100 para pedir uma nova caçamba.

Foi aí que minha mente maquiavélica e gérsica resolveu levar vantagem em cima da situação. Convenci a Michelle que seria muito mais prático colocar os sacos no carro e achar alguma caçamba pelo bairro que comportasse um "complemento não sujeito a custo". Um exame detalhado nas cercanias do apê nos demoveu desta idéia. Todas as caçambas ficavam na frente de prédios, o que tornaria provável a interferência de um zelador, porteiro ou coisa que o valha cutucando meu ombro enquanto eu tentasse elevar os sacos ao nível da caçamba.

Nossa busca se estendeu por toda a cidade até acharmos uma que ficasse junto a terreno baldio ou comercial. Achamos. Do lado do Cemitério da Consolação. Nem preciso dizer que o silêncio era mórbido, o vento estava de arrepiar a alma. Joguei e me pirulitei. Desculpa, Mussum.

8.7.03

PITTY WEBO

Desculpem a ausência durante todo o mês de junho. Estive ocupadíssimo. Em Aruba, eles têm o terrível costume de ensinar os alunos a preparar drinks fazendo os alunos esvaziarem cada copo recém-preparado.

Brincadeirinha.

Na verdade, eu virei evangélico e vou parar de mexer com essas coisas de internet.

Na verdade, na verdade, eu casei.

Calma.

É bizarro, prepare-se:
A família da Michelle costuma fazer uma festa junina (? - em julho) num sítio com todos os itens típicos de uma festa junina. Apesar de preferir fazer o papel de padre, decidiram que eu seria o noivo. Vim, vi e venci; digo; fui, fiz e me fodi.

OK, mas o que a Pitty Webo tem a ver com isso? Nada. Apenas achei o "nome" legal e resolvi batizar este post com o nome dela.