17.7.03

VÍCIOS DE LINGUAGEM

Enfim, utilizar esta palavra sem ter elencado nada antes já se tornou o mais novo vício de linguagem das altas rodas pseudo-intelecto-sócio-econômicas. Para dar consistência ao seu comentário/argumentação, você não precisa pensar muito no assunto, basta soltar um enfim e dizer a baboseira que quiser.

Observar os vícios de linguagem (dos outros) é uma tarefa que eu cumpro involuntariamente. Outro dia, presenciei uma colega de firrrma falar 3 vezes em cinco minutos blablablá, literalmente.

Alíás, literalmente é outra palavra que virou vício de linguagem. Só que empregada como adjunto adverbial de intensidade, função já exercida por expressões como com certeza e, mais recentemente, total.

Na verdade, o fato que me motivou a escrever sobre isso é o costume patológico do meu chefe de usar a expressão na verdade. São duas, às vezes até três vezes na mesma frase. É horripilante. Ele quase nunca se refere a algum significado oculto ou a uma grande descoberta. Uma análise semiótica superficial nos diria que o personagem, na verdade, têm uma necessidade de mostrar credibilidade, que somente o que ele fala é digno de se acreditar.

Bom, eu sei que, no caso, isso não tem nada a ver, mas outro vício filho-da-puta é falar no caso. Não vou nem citar o gerundismo (ou segundo os estudiosos, futuro do gerúndio contínuo - o tempo verbal dissseminado pelos tradutores de manuais para operadores de telemarketing) porque estar criticando isso já virou carne-de-vaca.

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