24.9.04

DETETIVE - ELEIÇÕES

Eu acuso:

Dona Marta na sala de imprensa com o candelabro

Srta. Cássia na biblioteca com o megafone

Prof. Giba no palanque com a faca

Cel. Ferrarini no camburão com o revólver

Apolinário no viaduto de ponta-cabeça

22.9.04

TRABALHAR MAIS PENSAR MENOS TRABALHAR

Vírgulas fazem bastante diferença.* Mas zeros fazem muito mais diferença, se dispostos antes das vírgulas do seu contra-cheque.

Quanto mais zeros, menos você precisa trabalhar. Ou pensar. Mas é aquele pensar-trabalhar, o pensar que dá trabalho. Já o pensar filosófico também dá trabalho, mas quando se propõe a ser prático pode gerar economia de trabalho.

Isso tudo foi só pra falar que eu acho que estou trabalhando demais. E pensando de menos. As duas últimas semanas foram bastante estressantes. Sabe quando você chega bem tarde em casa, moído, quer dormir e não consegue? Quando acorda no meio da noite e não dorme mais, de tão pilhado? Quando não dá tempo nem de ir ao futebol semanal para aliviar a tensão (+ cervejinha básica pós-peleja)? E quando consegue ir, não faz nenhum gol?

Nessas madrugadas em claro, descobri que a TV Cultura transmite palestras sobre filosofia às 6 da manhã. Que a trilogia StarWars em DVD podia ter chegado alguns dias antes. Que pizza requentada no microondas com requeijão não é muito digestiva. E que a filosofia ainda não dimensionou/compreendeu a realidade virtual, onde uns são tão importantes quanto... zeros.

* Que o diga quem recebe e-mails sem pontuação e gasta mais tempo para decifrá-los do que para entender uma poesia concreta.

1.9.04

ADIANDO CASAMENTO e FILHOS

Namorando a 5 anos, eu e minha Preta já comparecemos a inúmeros casamentos. O nosso, por enquanto, ainda é uma incógnita. Eu até queria casar este ano (traje preto do Batman). Mas dona Michelle achou que ficaria muito corrido, então ficou para o ano que vem. Até lá, vamos fazendo pesquisa de mercado. A Mi fica de olho nos espaços, decoração, capacidade, vestidos e o buffet. Eu, nas bebidas.

Aquele era o nosso 24º casamento. Eu não conhecia muita gente além da noiva, filha de um amigo do meu pai, e alguns outros amigos dele. A cerimônia religiosa só teve maus momentos. O padre leu um texto dizendo que a mulher ideal deve ser um ornamento da casa (ipsis literis): bela, calada e de alegria contagiante. O daminho de honra chorou a cerimônia inteira e não entregou as alianças.

A salvação astral da festa aconteceu quando uma moleca de 6 anos, lindinha, cabelos e idéias encaracolados, encostou na nossa mesa e se apresentou. Apaixonei na hora. Como bons animadores infantis, eu e a Michelle fomos pegando a confiança dela, conversando sobre a escolinha, os amigos etc. Ela gostava de Karnak (!), da Pitty (ok, é rock) e da Ivete Sangalo (bom, ela só tem 6 anos). Depois de quase dez minutos de bate-papo, ela foi resgatada pela mãe, à revelia. Ela pedia, já ao longe, pra mandar um e-mail, soletrando seu endereço.

Eu já estava um pouco assustado com a precocidade tecnológica na vida das crianças de hoje. Cinco minutos depois, ela chega correndo: "Oi, você está no Orkut? Me adiciona!". E precisava perguntar?