4.2.04

EDUCADAMENTE, UMA CADELA

Vizinhos possuidores de seres caninos carentes (para ser polido na caracterização) merecem um post à parte.
Minha vizinha de cima viaja durante quase todos os finais de semana, deixando sozinho seu cachorro que passa a latir ininterruptamente. Ele acabou se tornando praticamente o Che Guevara dos mundo dos cães. A partir do latido dele, todos os cães do bairro disparam a latir, cantar, declamar poemas e músicas de protesto.

Mas o revolucionário de quatro patas teve seu dia de cão quando eu o vi pessoalmente e descobri seu verdadeiro nome. Era uma manhã chuvosa de domingo, eu entro no elevador e me deparo com a dupla, cadela e cão. Educadamente, eu os cumprimento. A cadela aproveita a abertura pra puxar papo:
- Oi, você mora aqui no 121, né? O Kevin não incomoda MUITO, né?

Educadamente, eu não respondo. Apenas sorrio, pensativo. Então seu nome é "Kevin"... Isso poderia me remeter a vários Kevins: o Arnold de Anos Incríveis, o Bacon de Footloose, o Spacey dos Suspeitos. Mas não, a única imagem que me veio à mente era do Macauley Calkin, esquecido pela família, mas não por mim, nem pela mídia, graças à sua amizade com um famoso suspeito de pederastia.

Uma mistura de Michael Jackson e Guarda Belo tomou conta de mim e eu comecei a bater meu Guarda-chuva Cacetete Empalator Tabajara na outra mão. Silenciosamente, cadela e cão deslizaram pela parede, rumo ao canto oposto do elevador. Ao chegar no térreo, inexplicavelmente, eles sairam sem se despedir.

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