12.11.07

ME DÁ TUA PALAVRA

- Tá bom, então.
- Tá bom, o cacete! Me dá tua palavra.
- Que palavra?
- Palavra de honra, porra.
- De honra são duas palavras. Dou uma só e olhe lá.
- Só honra, então.
- Mas seu eu der minha honra para você, eu nunca mais vou poder falar honra?
- Se deu, tá dado!
- Mas você pode me emprestar tua honra de vez em quando?
- Você é folgado pra caralho, hein... Não empresto porra nenhuma. E a palavra que você vai me dar não é honra, não. Você vai me dar eu.
- Você tá louco? Nunca vou conseguir falar nada assim.
- Você acabou de conseguir.
Chega a enfermeira.
- Com licença, hora do remedinho...
- Humm... hummm... hummm... – tentando falar, como que amordaçado.
- O que foi, lindinho? Parece que ele quer alguma coisa de você, fofo.
- Tá bom, te empresto por 3 vezes.
- É que eu não posso falar eu!
- Como assim?
- Eu dei meu eu pra ele e...
- Opa, opa, opa. Eu deixei só três. Você está me devendo um eu.
- Foda-se! Eu dou minha honra pra você mas devolve meu eu, pelamordedeus...
- Tá bom, então...
- Tá bom, o cacete! Me dá tua palavra.

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