1.2.07

SOB EFEITO

Você sai no sábado à noite e só volta no domingo. De ressaca. Normal, todo mundo faz ou já fez isso, pelo menos uma época da sua vida. Mas e aquelas pessoas que sairam num sábado qualquer e nunca mais voltaram? Woodstock, Rock in Rio, São Tomé das Letras (e conexões), Sítio do Santo Daime etc. Aliás, o povo hippie tem um certo histórico de reincidência nesse campo.

Voltando à realidade deste post. Era um domingo de manhã, ressaca master de uma balada de aniversário regada a drogas lícitas como álcool, tabaco e música trash dos anos 80. Você vai àquelas feirinhas de artesanato, típicas das metrópoles, para comprar um presentinho para alguém, sei lá, sua prima Célia, a gorda.

Você não sabe se ainda está mal ou se aquela realidade é naturalmente distorcida. Os donos das barracas dessas feirinhas são um show à parte. Carecas cabeludos, japonesas loiras, míopes felizes, surdos calmos com tiques nervosos. Um desses, foi a tia que, depois de me dizer o preço de um troço lá, ficou me olhando fixamente e soltou "Você sabe como perceber se o seu telefone está sendo grampeado?

Pensei: vou zoar a loka e ela nem vai perceber. Fiz uma cara de prestativo preocupado. - Quando você ouvir três silvos curtos, é batata, seu celular está sendo clonado - e saí andando, com ar de certeza e feliz por ter ajudado alguém. A Michelle presenciou tudo e ficou enchendo meu saco por ter deixado a tia lá, estática, confusa e despenteada.

Outro dia eu passei por essa mesma feirinha e lá estava a tia olhando fixamente seu (novo) celular.

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